domingo, 16 de setembro de 2007

Sofá

A casa do meu pai tem meu sofá. Madeira nobre. Almofadas sonhadoras. Porque dentre tantos escolhi esse, desconheço. Mas naquele canto do mundo é sempre boa noite.

Photoptica


Sempre admirei os japoneses. A disciplina capaz de encaixotar as recordações numa máquina fotográfica. Não aborreço a objetiva. Pelo contrário. Mas me escapa o momento. Me perco em vivê-lo. Permaneço em olhar pelas lentes dos meus próprios olhos. Capturo o mundo, seu cheiro, seu gosto. Revelo intenções, nunca fotos.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Procura

Senti que faltava alguma coisa. No centro do turbilhão, procurei pedaços. De quê? meus mesmo, acho. Tenho o peito aberto e os olhos marejados de desejo. Não me reconheço - quem fui, serei, não sei. Embrulhei meus pensamentos numa caixa e entreguei como presente.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Terça feira de manhã


Hoje o sol trouxe o som pela janela. E, dentro de mim, acordei cantando. Desses dias que não precisa motivo pra estar feliz. Da minha mão brotaram flores, se espalharam pela casa. Sufocada por girassóis, demorei pra chegar na sala. Como quem veste um corpete, apertei bem a alegria lá no peito. O salto alto andou pelas nuvens sem fazer barulho. E o sorriso que estava no meu rosto destrancou a porta pra eu ir embora.....

Sobre viagens


"Hoje entendo bem meu pai. Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livro ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece, para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como imaginamos e não simplesmente como ele é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver". Amyr Klink

domingo, 2 de setembro de 2007

Domingo


Domingo é como se abrisse dentro de mim um homenzinho escritor. Um olho, logo outro, ele desperta. Vem com sede de arrumar a casa. É isso, tenho um diarista de idéias. Abre bem as janelas da minha mente, deixa entrar o cheiro do sol!

Em que pensas?

Em mim. Em você. Mais em mim do que em você. Que receio te gostar. Mas temo o não querer. E agora, imagina, que já cheguei até aonde cheguei, e agora? E depois que alcanço o arco-íris, tomo banho e vou embora... Vou embora? E já nem sei se quero estar ou permanecer!