terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Anáguas


Pertenço a uma raça antiga, que cultiva borboletas nos cabelos. Minh'alma se alonga dentro da dimensão do tempo. Danço em bailes que não me conheceram. A saia farfalha, esvoaça, anáguas e mais anáguas de saudade. Dialeto em um francês que o mundo não compreende. Sou princesa das minhas idéias, rainha déspota dos sonhos absurdos. Quando penso me perco num passado que não foi meu. E se choro, recolho as lágrimas em cântaros de eternidade.

Conjugação

O amor não está distante. Vive dentro de mim, pulsa, chora, grita. Rasga as vestes. É intransitivo, dispensa complementos. Não amo a alguém, apenas amo. E isso é tudo, e basta.

Arritmologia


Meu peito bate descompassado. Um coração que se ri lá dentro. Impulsiona sonhos, transmutando em vida teses da hidráulica e da mecânica. Não dorme, não descansa, não se furta ao seu trabalho. Arritmia é o codinome da intensidade.