domingo, 24 de agosto de 2008

Até que enfim
a poesia que eu sempre vivi
começa a fazer sentido.

Porque era eu louca
e só
a buscar o amor
impossível.

Cansei de procurar
e ali mesmo,
distraída,
foi que ele me encontrou.

E corremos os dois
não de encontro um ao outro
como se esperava
mas, de medo,
partimos pro lado contrário
sem saber que a vida
dava voltas.

E de tanta dor
que já tivéramos
quedamos
a olhar um pro outro
sem acreditar
que realmente existisse,
que Deus
fosse capaz de tal desvêlo
ou que fôssemos merecedores dele.

E então o meu poema
que nunca teve nome
ganhou personalidade

E para sempre
começou a não parecer
tanto tempo assim.
Se você não vem
com quem dividirei
as nossas noites em claro?
E como serão nossas as noites
se você lá não está?
Pois que é menos noturna
menos verdadeira
menos escura
e tão pouco estrelada...
Como posso te esperar
desde as duas
se às quatro
você não chega?
Fiz um compromisso contigo
na minha mente
fértil mente
mas me descuidei
- você não estava lá....

domingo, 17 de agosto de 2008

Saudades do doce de minha mãe


E esse gosto de ambrosia que não me sai das lágrimas, que me perfura a alma! Este gosto inerte, que me olha como se eu toda coubesse dentro dele mesmo... O leite doce e talhado, em grumos capazes de fazer cócegas ao mais intangível pálato. Bem que eras o manjar dos deuses...

Jardinagem explícita


No caminho espiral que minhas digitais impõem é que percebo: o princípio e o fim são os mesmos. Hoje o desejo intenso da filha que eu não tive me tomou de uma maneira que só quem nunca foi mãe poderia entender. Se eu pudesse cuidar de alguém, ah!, não precisaria olhar pra mim. Poderia amar sem fim, sem explicação e sem temor. Então eu seria mais forte, eu não me venderia por tão pouco. Nasceu uma flor no meu dedo. A flor e seu espinho são meus, são tudo o que eu posso ser.

Música sem letra




De todas as palavras que recolhi, com cuidado, com desvêlo, com o carinho de quem crê em supernovas... nenhuma me fala mais que o silêncio de Chopin.

sábado, 16 de agosto de 2008


Porque é preciso dor para escrever. E se não arde, se não fere, se não pulsa, o mais que é possível é vestir os olhos de saudade, daquele imenso vazio que se chama imaginação; nada mais é ela que um espaço morto decorado de adesivos e paetês e lágrimas e sonhos.

Medo - um funcionário público

O medo tirou férias do meu coração e não avisou quando volta...