quarta-feira, 15 de agosto de 2007

A arte de assoprar o canudinho

Por que voava tão alto ninguém nunca perguntara. A brisa a enolvia inteira, tão suave e ainda assim capaz de sustentar toda a sua existência. Brilhava, sem dúvida - seria alegria? Banhava-se em todas as cores que o arco-íris era capaz de emprestar. Sorria, sim, posso dizer que sorria pela simples felicidade de existir. Não se preocupava quanto ao antes, ou o depois. Em agora se resumia tudo o que importava. Como na verdade sempre acontece, nós é que nos esquecemos de que futuro e passado não são tangíveis. Nunca poderia imaginar, quem fora só sabão misturado com água, a transformação que o soprar de um canudinho podia produzir. Ali estava pois, frágil mas segura. Com aquela certeza de que as melhores coisas são apenas os instantes de uma vida de bolha de sabão.
.
.



Nenhum comentário: